Relatório Científico

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS – UNISANTOS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA – PLATAFORMA FREIRE - MANHÃ
DISCIPLINA: INSTRUMENTALIZAÇÃO DA LINGUA PORTUGUESA I
1º SEMESTRE – DATA: 24/10/2010
PROFESSORA: MS. ROSANA PONTES
Nome: Fátima Candia
            Loenir Jorge Gonçalves
            Lourinete Vieira de Moraes
           Tatiana França                              
           Tatiana Balula

ANÁLISE DA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO DO SUBGRUPO CLASSE

INTRODUÇÃO

No Brasil, no final do século XIX, conforme Bezerra (2010),  as pessoas que eram cultas e ricas possuíam uma forma de ensino diferenciado, baseado na gramática e norma culta da língua, por meio da leitura de textos densos e absorção de outras culturas, por meio de viagens ou realização de cursos.
A classe menos abastada, advinda da classe trabalhadora, não tinha acesso ao estudo desta forma, apenas tendo contato com a língua pela escola formal.
Quando a escola passou a agregar essas duas diferentes realidades, teve que sofrer um processo de adaptação de conteúdos e formas de transmissão de conhecimento.
Iniciou-se o processo dos jardins de infância, bem como o acesso ao ensino fundamental a todas as classes sociais.
O grupo de trabalho possui trajetórias de ensino um pouco diferentes, em razão da heterogeneidade. Há diferenças de idade, métodos de ensino, classe social, estímulo familiar. Entretanto, encontramos também alguns pontos em comum, apesar das diferenças acima apontadas.
O ensino regular, ou então primário, ginásio e colegial, era regido por um sistema fruto do início da ditadura militar, em que o método de alfabetização possuía como base a Lei de Diretrizes Básicas da Educação 5692/71, segundo a qual as crianças eram alfabetizadas por meio da cartilha, sem o estímulo à leitura. (“onde” só para referir-se a lugares)
Assevera-se que tal trajetória sofreu algumas modificações ao longo dos anos que foram observadas pelas integrantes do grupo com faixa de idade diferenciada.
A relação professor aluno era distanciada e hierarquizada, trabalhando sempre com o sistema ação/reação, reforço positivo e negativo de condutas, não havendo para a maioria das integrantes do grupo o estimulo a aprendizagem.
(Nos dois parágrafos, erro de vírgulas: não separe sujeito e verbo por vírgulas)


ANALISE DA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO DO GRUPO.

1 – Décadas em que nasceram.

Lourinete  – década de 60
Fatima e Loenir – década de 70
Tatiana França e Tatiana Balula – década de 80

Podemos considerar, como já abordado acima, que o grupo possui uma trajetória diferenciada com relação ao ensino e aprendizagem, uma vez que provém de décadas distintas, passando, portanto, por processos históricos diferenciados. Tomemos como exemplo, a aluna Lourinete que passou, na época de sua formação acadêmica, pelos processos de ditadura militar, democratização do sistema político, abertura econômica e social do país, durante seus estudos. Já as alunas Tatiana França e Tatiana Balula, nascidas na década de 80, apenas acompanharam o processo democrático no país, encontravam-se no momento histórico de plena transformação que afetou a visão de mundo dos brasileiros, bem como os rumos da educação.

2 – Origem social

Todas as alunas do grupo vieram de família estruturada, porém, com algumas diferenças, no que diz respeito à condição econômica.
As alunas Lourinete e Tatiana França, na época em que realizavam seus estudos, possuíam origem mais simples, o que podemos classificar como classe média baixa. As demais integrantes do grupo, na época em que realizavam seus estudos, estavam no grupo da chamada classe média.
Podemos ainda destacar que, no grupo, a maioria dos integrantes cursou o ensino fundamental e médio em escola pública, tendo como exceção a aluna Tatiana Balula que cursou ambas em escola particular.

3 – Com que idades ingressaram na escola e em que nível/ ano?

A maioria das integrantes ingressou na escola na educação infantil, com média de idade de 3 a 4 anos, algumas completaram maternal, jardim e pré, outras apenas realizaram parte desta caminhada.
 O ingresso na primeira série do ensino fundamental, na época primária com 7 anos de idade da maioria dos integrantes do grupo foi aos 7 anos de idade.
Com exceção da aluna Tatiana que ingressou na 1ª série com 6 anos de idade.

4 – Qual LDB regia o ensino?

Com relação à aluna Lourinete a Lei em vigor era a LDB nº 4024/1961, e a referida lei foi substituída pela LDB de n 5692/71, já então relacionada com as alunas Fátima e Loenir, Tatiana França e Tatiana Balula. As duas últimas sofreram a influência em seus estudos após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e por fim, da ultima LDB nº 9.394/96.
Não use “sendo que”, pois trata-se de um recurso feio, troque-o por “e”.

5 – Método de alfabetização?
Todas as integrantes foram alfabetizadas pela Cartilha Caminho Suave. Verifica-se, portanto, no contexto histórico das décadas de 60, 70 e 80, que o método utilizado para a alfabetização das crianças era a utilização da Cartilha, bem como que tal instrumento era utilizado pela escola pública e privada.

6 – Relação professor/ aluno
A maioria do grupo possuía uma relação com os professores distante e hierarquizada, não havendo interesse por parte deste pela vida do aluno, sendo apenas um mero transmissor de conteúdo.
Para a manutenção da disciplina, o professor geralmente agia no fenômeno ação/reação, os fatos realizados de acordo com os padrões eram premiados, enquanto que os fatos fora de tais padrões eram punidos, com diminuição de notas ou castigos.
Assim, a maioria dos integrantes não possui identificação com seus professores primários, apenas com os professores do ensino ginasial ou ensino médio, como figuras marcantes.
As alunas que ingressaram na escola na década de 80 possuem maior identificação com a figura do professor, uma vez que, apesar do sistema de retribuição, havia um maior contato com a figura deste e uma diminuição de seu distanciamento, deixando a figura autoritária de lado, e passando a ser um companheiro dos alunos. (Período longo e confuso)


7 –  Influência da família na alfabetização
As integrantes do grupo possuíram a presença dos familiares no processo de alfabetização direta ou indiretamente, e alguns tiveram as primeiras experiências de leitura e alfabetização em casa, outras somente possuíram este contato na escola.
Fica claro que a presença de pessoas alfabetizadas na residência estimula a busca do conhecimento e determina a importância no processo de aprendizagem, seja ele pelo conto de historias, leitura de gibis, brincadeiras de escolinha, ou ainda, na participação do acompanhamento do rendimento do aluno junto à escola.
As integrantes do grupo viveram essas experiências, algumas de forma mais intensa, com a participação efetiva dos parentes no processo de alfabetização, outras apenas com os estímulos de continuidade e acompanhamento.

8 – Liam no ensino primário?
A maioria das integrantes do grupo tinha contato com os textos da cartilha e dos livros didáticos apresentados pela escola, eram acrescentados a essas informações conteúdo religioso, como a bíblia, ou ainda contos infantis, de autores como, por exemplo, Monteiro Lobato, Ziraldo, Pedro Bandeira, Irmãos Grimm. Algumas vezes, como leitura complementar da escola, outras incentivadas pelas próprias famílias.

9 – Viveram experiências de letramento?
A maioria do grupo foi trabalhada em sua alfabetização pelo método da cartilha, ou seja, utilização pelo professor de livros didáticos, com poucas experiências de letramento e texto/discurso.
Não houve pelo menos na formação inicial das integrantes do grupo, o trabalho sendo desenvolvido pela teoria sociointeracionista. Podemos apontar que tal teoria foi apenas apresentada às alunas, em fase de ensino médio ou ainda em curso superior.

10 – Quantos cursaram o magistério? E outros cursos superiores?
As alunas Loenir e Tatiana França cursaram o magistério.
A aluna Tatiana Balula cursou colegial técnico, ligado à área de saúde
As alunas Loenir, Fátima e Tatiana Balula possuem formação em curso superiores.


CONCLUSÃO

Podemos perceber que em razão da heterogeneidade do grupo, as trajetórias de formação possuem pontos em comum, porém são diferenciadas, quer pelas décadas em que foram desenvolvidas as atividades, tendo em vista, as mudanças históricas no mundo e no país nestes períodos, quer pela situação econômica e social das integrantes.
Conseguimos extrair deste estudo que o meio e a família interferem na aprendizagem do aluno, assim como o professor e seus métodos de trabalho.
Na prática, as teorias devem ser adaptadas ao grupo-classe para que sejam realizadas com sucesso, respeitando a individualidade e histórico dos alunos, porém, ainda assim mantendo a característica do grupo.
É certo que ficam registrados os avanços no processo de ensino e aprendizagem pela mera observação das formas como os integrantes obtiveram sua formação acadêmica até o momento.
Por fim, concluímos que, para na prática de ensino devem ser considerados inúmeros fatores que colaboraram com a aprendizagem do aluno, o contexto histórico do país, os métodos de ensino, a relação professor-aluno, a classe social do aluno, os estímulos e participação dos familiares.
Com base nestes conceitos, o professor deve montar sua prática didática e adequá-la sempre que houver mudanças no grupo-classe ou especificadamente com relação aos alunos.

Excelente texto e excelente análise. Parabéns!
No entanto, faltou dialogarem com a referência teórica. Isto é, deveriam ter citado a autora ao longo do texto para ir justificando e fundamentando suas análises. No próximo trabalho, por favor, isso é imprescindível para a construção de um texto científico. Gênero que estão aprendendo a produzir. Aí o trabalho ficará perfeito.
Rosana

Referencia bibliográfica

BEZERRA, Maria Auxiliadora. Ensino de língua portuguesa e contextos teórico-metodológicos. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Raquel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.). Gêneros Textuais e ensino. p. 39 – 49. São Paulo: Ed. Parábola, 2010.

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